segunda-feira, 6 de abril de 2009

Último Encontro II ou Rascunho pra Teatro VII







P.P. - Desculpa...

J - Desculpa eu...

P.P. - Não, me desculpa...

J - Tá... te desculpo!

P.P. - Não foi do jeito que a gente imaginou que seria...

J - Já estava previsto...

P.P. - Previsto por quem?

J- Por mim... ou você também não percebeu?

P.P. - Não, pra mim estava tudo bem...

J - E estava...

P.P. - Desculpa...

J - Desculpa eu...

P.P. - De verdade, me desculpa...

J - Desculpo!

P.P. - Posso te esperar?

J - Acho que não... Eu não vou esperar você...

P.P. - Pra onde você vai agora?

J - Pra lá...

P.P. - Eu também...

J - Mentira! Você vai pro outro lado...

(silêncio)

J - Melhor você ir agora...

P.P. - É... melhor eu ir agora...

(silêncio)

J - Tchau... se cuida...

P.P. - Tchau... me cuido...

J - E se você viesse comigo?

P.P. - Agora não dá mais...

J - Por que?

P.P. - Porque não quero ir pra lá...

J - Mas vem comigo...

P.P. - Não quero... tenho que ir...

J - Desculpa...

P.P. - Desculpo!

J - Vem comigo...

P.P. - Tchau... se cuida...

J - Desculpa...

P.P. - Desculpo!


3 comentários:

  1. Penso que um ser humano, passível de erro - logo, de culpa - não pode tirar a culpa de outro ser humano. Mas, se não for um ser humano, quem o fará? Desculpar é tirar a culpa, e é completamente diferente de esquecer.

    Gostei da inversão de papéis no final do texto.

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  2. Nao sei se eu comento ou ponho esse trechinho da música da Marina. Vou botar o trechinho:

    "Nos amamos
    Meu bem
    Só que em
    Em pistas opostas
    E tão sós"

    Bjs.

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