D - Licença...
A - Sim?!
D - Sou eu...
A - Ah, oi...
D - Como você tá?
A - Beleza...
(silêncio)
D - E você? Tá bem?
A - Tô sim...
D - Hum... Que bom!
(silêncio)
D - Tô muito diferente?
A - Um pouco...
D - É, cortei o cabelo... Mudei os óculos...
A - É...
(silêncio)
A - Seu cabelo era mais bonito antes...
D - É? Você acha?
A - Ah, tranqüilo...
D - Poxa, dava muito trabalho aquele cabelo...
A - Imagino...
(silêncio)
D - Você não mudou nada...
(silêncio)
A - É? Devo ter mudado em alguma coisa...
D - É... Tem razão... Mudou uma coisa...
A - O que?
D - Nada...
A - Fala...
D - Nada... Esquece...
A - O que é? Engordei? É isso?
D - Não
A - Então o que?
D - Ficou chato!
lendo alguns de seus textos, penso que a poesia me engessa a capacidade dos diálogos. ou seja, que é possível achar também na prosa, especialmente na prosa dos falantes, um caminho breve para o sentido. mas, ao menos por ora, não arrisco e continuo poetando.
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